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As oito prioridades para as reuniões de conselhos neste semestre

Volatilidade econômica, a guerra Rússia x Ucrânia e foco no ESG são algumas delas

Por Jacilio Saraiva, Para o Valor

Volatilidade econômica, a guerra Rússia x Ucrânia e foco no ESG (boas práticas ambientais, sociais e de governança). Esses são alguns dos oito temas prioritários para as reuniões dos conselhos de administração nest segundo semestre, segundo relatório da KPMG e o ACI Institute Brasil, iniciativa da consultoria global na área de estudos sobre governança e gerenciamento de riscos.

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Os assuntos considerados essenciais nas discussões dos colegiados são:

1. Volatilidade econômica

A maior instabilidade geopolítica e a inflação crescente entram na lista de fatores macroeconômicos a serem considerados pelas corporações. Além dos impactos trazidos pela pandemia, a evolução do conflito na Ucrânia pode acelerar o cenário de enfraquecimento da economia global. Empresas e conselheiros devem ponderar reflexos sobre preços, o custo do capital humano e o atendimento às necessidades do consumidor.

2. Conflito Rússia x Ucrânia

Os desdobramentos da guerra afetam as empresas de acordo com o setor de atuação e o alcance geográfico das atividades. Desafios ligados a esse quadro devem ser monitorados pelos conselhos conforme a intensidade dos impactos nos negócios.

3. Disrupção na cadeia de suprimentos

Com as interrupções nas trilhas de fornecimento globais causadas pela covid-19 e expandidas pela guerra no Leste Europeu, muitas empresas reavaliam estratégias. A atualização de um cenário de riscos, com vulnerabilidades e oportunidades, deve ser um tema constante a ser debatido entre as lideranças, bem como a elaboração de planos que incrementem a resiliência e a sustentabilidade do fluxo de abastecimento.

4. Novas regras para divulgação corporativa relacionada ao ESG

Em linha com tendências internacionais, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está adaptando normas para as divulgações corporativas relacionadas a fatores ambientais, sociais e de governança. A resolução CVM 87 trouxe para as companhias abertas brasileiras novos requisitos sobre a comunicação de questões ligadas ao ESG, como riscos climáticos e diversidade.

5. Responsabilidades no monitoramento dos riscos emergentes

Com o aumento da complexidade e da quantidade de adversidades as quais as empresas estão expostas, muitos conselhos recebem apoio de comitês e especialistas para assegurar a efetividade do gerenciamento e um maior cuidado com os riscos de mercado.

6. Posicionamento corporativo sobre questões críticas

Por conta do avanço do ativismo de investidores e stakeholders, o conselho deve reavaliar o papel que tem na supervisão da atitude de CEOs e de lideranças sobre questões controversas. O posicionamento público ou o silêncio de uma empresa a respeito de temas de alta visibilidade, como questões climáticas e equidade, deve ser monitorado pelo colegiado.

7. Novas dinâmicas de trabalho

Entender a dinâmica empregado x empregador e as novas relações de trabalho é um desafio crítico para as empresas e deve ser endereçado na agenda estratégica.

8. Foco robusto em ESG

Outros temas no guarda-chuva do ESG, como transição energética e questões sociais, ganham destaque na pauta dos investidores e entram no radar dos conselheiros.

Na análise de Eliete Martins, sócia de governança corporativa da KPMG no Brasil, todos os pontos elencados para as reuniões dos conselhos são relevantes, mas vale à pena prestar um pouco mais de atenção, principalmente, em três deles. “É o caso da ‘volatilidade econômica’ que, historicamente, é considerada como um risco de maior preocupação das companhias”, afirma.

O que também me preocupa, diz a especialista, são temas emergentes pouco ou não debatidos pelos colegiados que podem trazer um impacto significativo e demandar investimentos relevantes no curto e médio prazo nas corporações. “Como as ‘disrupções na cadeia de suprimentos’ e o ‘foco robusto em ESG’”, aponta.

Sobre o primeiro, ela lembra que em pesquisa realizada pela KPMG com líderes globais e do Brasil (CEO Outlook-2021), o risco relacionado à cadeia de suprimentos já aparecia como um dos principais obstáculos na estratégia de crescimento das organizações. “Movido principalmente pelos reflexos da pandemia e da guerra Rússia-Ucrânia, com sanções de mercado aplicáveis a esses países”, diz.

Ao mesmo tempo, avalia Martins, observamos que esse assunto era, até então, tratado como um risco “operacional” e pouco debatido de forma estratégica. “Embora ele exija ações mais estratégicas, como inovação tecnológica e adaptações no modelo de negócios para incorporar novas demandas e expectativas de mercado.”

Em relação ao “foco robusto em ESG”, diretriz discutida pelos conselhos nesses últimos anos, a consultora afirma que ela deve permanecer como um dos destaques nas reuniões. “Além do ativismo por parte dos stakeholders por iniciativas ligadas à temática, há um aumento significativo de expectativa sobre ações do pilar social, incluindo a diversidade entre os administradores e o aumento do arcabouço regulatório nas divulgações ESG, a fim de combater o ‘greenwashing’ e o ‘socialwashing’ [falsas iniciativas ambientais e sociais].”

Martins também chama a atenção para encaminhamentos que aparecem como “mais distantes” ou pouco trabalhados pelos colegiados no Brasil, como as “novas regras para divulgações corporativas”. “Isso ocorre porque, muitas vezes, os conselhos acabam centralizando esforços em estratégias e visões de longo prazo, riscos e retornos”, diz. “E menos em questões relacionadas ao compliance regulatório.”

Diante da lista de prioridades que devem ocupar as mesas dos conselheiros, a orientação da sócia da KPMG é apostar no planejamento. “Fica cada vez mais evidente que os riscos emergentes surgem a cada dia e os conselhos devem se antecipar às mudanças nos negócios.”

Entretanto, diz, para adiantar discussões e prever cenários, é necessário contar com membros experientes nos conselhos. “Isso impulsiona a necessidade de se preocupar com a diversidade de composição nos colegiados, com a busca de especialistas para apoiá-los no endereçamento de temas, além de estruturar fóruns de governança para ajudá-los nessa jornada.”

https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/10/06/as-oito-prioridades-para-as-reunioes-de-conselhos-neste-semestre.ghtml

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