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Executivos são demitidos enquanto especialistas e analistas pedem demissão, indica pesquisa

De acordo com a Pesquisa de Remuneração Total da Mercer Brasil 2022, o turnover voluntário voltou a crescer neste ano, para 10%, atingindo o mesmo percentual visto no pré-pandemia, em 2019

Por Barbara Bigarelli

Enquanto o nível executivo é o mais desligado das empresas, os profissionais analistas e especialistas são os que mais estão pedindo demissão. Essa análise aparece em uma pesquisa que mediu turnover, remuneração e aumento salarial de 862 empresas brasileiras – que, juntas, somam 1 milhão de funcionários.

De acordo com a Pesquisa de Remuneração Total da Mercer Brasil 2022, o turnover voluntário voltou a crescer neste ano, para 10%, atingindo o mesmo percentual visto no pré-pandemia, em 2019. Considerando aquele involuntário, ou seja demissional, o percentual ficou em 8% na média das empresas analisadas. No nível executivo, nota-se um aumento substancial do turnover involuntário nos últimos três anos. Considerando as edições anteriores da mesma pesquisa, esse percentual em 2019 era de 4% em 2019 e, agora, em 2022, atingiu 10%. No turnover voluntário, neste mesmo nível, caiu de 4% para 3% no mesmo período.

“Executivos estão sendo mais demitidos porque vemos um movimento de as empresas buscarem novos perfis, que saibam lidar com os avanços tecnológicos e repensar todo o modelo de negócios e também uma busca por líderes mais empáticos. A outra motivação envolve também uma busca maior das empresas por diversidade nos conselhos, nos comitês, então estamos vendo uma renovação no nível executivo”, diz Antonio Salvador, líder de carreira da Mercer Brasil. Assim como 2021, as profissionais mulheres têm saído menos da empresa, principalmente quando olhamos de forma involuntária, segundo a pesquisa.

Na outra parte da pirâmide organizacional, o que a pesquisa indica é que profissionais especialistas e analistas (plenos, juniors e seniores) foram os níveis que mais pediram desligamento. E tecnologia é um dos setores que mais impulsiona demissões voluntárias, segundo o estudo. “Quando a gente olha todos os cargos da organização, independentemente do nível, vemos 10% de turnover voluntário e 8% involuntário. Em cargos digitais, esse número dobra e fica 20% voluntário e 14% involuntário”, afirma Carolina Zillig, head de dados e insights da Mercer Brasil. E o que tem motivado essa saída em maior número dos profissionais em posições de entrada ou intermediárias?

O salário continua sendo o principal fator, mas desenvolvimento de carreira, trabalho flexível, pacote de benefícios e ‘motivos pessoais’, aparecem no top 5 das razões que impulsionam o turnover. “Estamos vendo um desligamento silencioso, grande resignação, e que parece que tem a ver com os modelos de trabalho, com pessoas querendo mais flexibilidade, com a decisão pessoal delas de mudar de vida, com certo estresse no trabalho. Enquanto isso, a grande maioria dos executivos está com medo da perda de cultura e ainda não sabe como lidar com uma força de trabalho que está trabalhando mais longe”, avalia Salvador. Essa liderança, aliás, não está ouvindo seus times. Segundo a pesquisa, 59% das empresas pesquisadas não realizaram uma pesquisa para coletar a preferência dos empregados sobre o modelo de trabalho, sendo uma decisão exclusiva da liderança.

Sobre carreira, a pesquisa indica que as áreas de business intelligence e projetos estão no topo da remuneração de todos os níveis do setor de tecnologia. Houve também um aumento de especialização nos níveis executivos e gerenciais para essas carreiras que até o ano passado acabaram ficando mais nos cargos generalistas de TI/Digital, por exemplo Gerente de Estratégia e Transformação Digital. “Antes, a gente vinha essa especialização apenas em cargos como de desenvolvedor. Agora, vemos chegando no gerenciamento. Ter, por exemplo, um gestor para projetos ágeis, outro para dados, outro para estratégia digital, para marketing digital”, afirma Zillig. Cuidar da área ESG já aparece com carreira gerencial embora ainda o número de cargos específicos para a área não seja numericamente impactante, lembra Salvador.

https://valor.globo.com/carreira/noticia/2022/11/08/executivos-sao-demitidos-enquanto-especialistas-e-analistas-pedem-demissao-indica-pesquisa.ghtml

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