Valor Econômico –
O desempenho do setor de serviços, com alta de 9,5% em janeiro, na comparação com igual mês do ano passado, veio com crescimento acima dos 8,7% esperados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
Enquanto as medidas de maior relaxamento para a interação social devem beneficiar a retomada do setor, a alta da inflação e a lenta recuperação do emprego devem jogar contra, diz o economista Cláudio Considera, pesquisador associado do Ibre.
A maior interação social propiciada pela aceleração da vacinação e as medidas menos restritivas de várias prefeituras em relação à pandemia, inclusive em relação ao uso de máscaras, devem favorecer maior reação do setor de serviços, diz o economista.
Os dados mostrados pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje pelo IBGE, indica ele, mostram movimento nesse sentido.
Considera ressalta o aumento em transportes e serviços auxiliares, de 15,2% em janeiro, com destaque para a alta de 49,8% no transporte aéreo. Já nos serviços de alojamento e alimentação, o crescimento foi de 19,7%, indica, sempre na variação interanual.
A incerteza que pode tirar força dessa retomada, diz ele, fica por conta da inflação, que poderá ter evolução mais resiliente do que a inicialmente esperada, sob efeitos do conflito no leste europeu.
Além disso, o que se espera é uma lenta retomada do emprego, que deve ficar também sujeita aos efeitos da reestruturação das formas de trabalho no pós-pandemia.