Apesar do otimismo, levantamento do Sebrae e da FGV mostra que donos de pequenos negócios de serviço de alimentação, moda e logística e transporte são os mais preocupados.
Por g1
Seis em cada dez empreendedores estão confiantes com o futuro da empresa, aponta a 14ª Pesquisa de Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, feita pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com mais de 13 mil donos de pequenos negócios no Brasil.
Mas existem níveis de confiança dentro dessa parcela otimista: 24% dos entrevistados estão conformados com a crise, 19% se sentem aliviados e mantêm esperanças para o futuro e só 16% se sentem animados para os próximos meses.
Os mais confiantes são os empreendedores dos setores de indústria de base de tecnologia e do agronegócio, devido à demanda contínua de seus serviços e produtos.
Mas é preciso olhar os aflitos
Apesar de ser dominante, o otimismo caiu um pouco desde o final de 2021. Os donos de negócio que estão preocupados com o futuro somam 41% dos entrevistados. No fim do ano passado, eles representavam 39%.
A pesquisa reflete o cenário incerto para o empreendedor brasileiro, aponta o analista de Competitividade do Sebrae, Alberto Vallim. “É um sinal de que a maioria está em situação melhor do que os tempos difíceis em 2020 e 2021, durante a pandemia. No entanto, é um sinal de alerta porque é um indicador que vinha melhorando ao longo dos últimos dois anos, mas voltou a ter uma piora agora nessa pesquisa”, comentou em nota.
Os mais aflitos são os empresários dos ramos de serviço de alimentação (50%), comércio varejista da moda (47%) e logística e transporte (45%). De acordo com Vallim, esses segmentos são os que mais sentem o aumento da energia e dos combustíveis, principalmente o setor de logística.
Sai a pandemia, entra a inflação
Se nos dois últimos anos a pandemia foi o maior motivo de preocupação dos empreendedores, agora passou a ser o aumento dos custos e a falta de clientes.
“Os efeitos diretos da pandemia já não são a maior preocupação, mas os efeitos econômicos oriundos de outros fatores, como inflação, recessão em outros países do mundo, aumento da taxa de juros e impactos da oscilação em algumas cadeias globais de fornecimento”, diz Vallim.