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PIB mostra que setor de serviços está longe de se recuperar

A economia brasileira cresceu 1,2% no primeiro trimestre comparado ao quarto trimestre de 2020 e 1,0% comparado ao primeiro trimestre de 2020, números ligeiramente inferiores aos divulgados no dia 17 de maio pelo Monitor do PIB do FGV Ibre, embora mostrem a mesma tendência de melhora da atividade econômica.

Inicialmente, qualquer previsão para o ano com base na série ajustada sazonalmente é de valor duvidoso, já que a pandemia certamente deve ter alterado substancialmente os elementos sazonais anteriores.

Num exercício que fizemos no Monitor divulgado em maio, mantendo os fatores sazonais de 2019 e deixando livre o efeito calendário, a economia teria crescido 1% e não o 1,7% estimado no indicador com os fatores sazonais atuais.

Adicionalmente, verifica-se que o setor de serviços que, segundo divulgado pelo IBGE, pesa 73% no PIB está longe de se recuperar: ele retraiu 0,8%, no primeiro trimestre deste ano comparado com igual trimestre de 2020.

Embora tenha saído de uma queda de 10,2% no segundo trimestre de 2020, no primeiro trimestre do ano passado a economia já havia sentido os primeiros efeitos da crise econômica gerada pela pandemia e os serviços já haviam retraído 0,7% com relação a 2019; ou seja, ele caiu no 1º trimestre de 2021 na comparação com um período que já era de queda.

Este setor depende fundamentalmente da interação entre as pessoas e, por isso, sua recuperação plena neste momento em que a pandemia ainda não está controlada acarretaria um aumento da mortalidade causada pelo Covid-19.

Senão vejamos: o comércio teve bom desempenho graças ao comércio atacadista; o setor de serviços de informação, que contém todos os serviços de streaming, cresceu significativamente; o mesmo ocorre com intermediação financeira decorrente da desmonetização de parcela significativa da economia com o aumento do uso generalizado de cartões de crédito e de débito e compras online.

No entanto, os componentes do setor de serviços com maior participação no PIB ainda estão bastante deprimidos: o componente de outros serviços —hotelaria, bares, restaurantes, serviços prestados as famílias— embora esteja bem melhor do que a queda de 20,8% registrada no segundo trimestre de 2020, ainda segue em queda de 7,3% com relação ao 1º trimestre de 2020. Finalmente a administração pública também registra queda de 4,4%.

A série do PIB trimestral divulgada pelo IBGE, ilustrada na tabela abaixo, mostra que, no primeiro trimestre, a economia, embora tendo voltado a crescer após a recessão de 2014-16, tem um valor bem inferior ao primeiro trimestre de 2014 e pouco acima do de 2019.

E, tendo em vista o peso do setor de serviços e de ele depender da interação social, só com a vacinação em massa a economia poderá ter a chance de voltar a crescer de forma sustentada. Isto já estava difícil mesmo antes do início da pandemia devido a problemas estruturais de longa data da economia brasileira e a falta de uma política econômica que contemple o crescimento.

PIB – SÉRIE ENCADEADA DO ÍNDICE DE VOLUME PARA 1º TRIMESTRES
2010 152,5
2011 160,5
2012 163,2
2013 167,6
2014 173,4
2015 170,6
2016 161,9
2017 162,3
2018 165,3
2019 167,3
2020 166,8
2021 168,4
Fonte: IBGE. Elaboração Ibre/FGV.

FOLHA DE S. PAULO

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